15.8.09

Sonhos Agradáveis

Ainda ando por ai ou deito na cama à procura de sonhos agradáveis. Talvez uma fonte barata da felicidade apta a me isolar em alguns pontos ainda frescos e virginais da cidade. Momentos em que a cabeça se isola das paradas de sucesso, das tendências da moda, dos cults em movimento, dos automóveis, dos arrogantes, pretensiosos, fedidos, perfumados, das pessoas chatas e das super legais também. Andamento natural das coisas. Eu preciso desses sonhos agradáveis. Eu preciso fugir e relaxar. Essa freqüência é a mais bem vinda de todas. Principalmente agora.

Todo transtorno necessita ser cessado nesse momento. Que venha à tona as capas de discos, as velharias guitarrísticas, as lembranças dos amigos, os desejos não materiais ou a descontração das falas ornamentais em pontos de ônibus ou salas semi-vazias de escritório. Não posso estar falando tão sério. Talvez não tivesse se não fosse pelo fato de o peso do dia a dia e da solidão humana estar sempre me cobrando isso. O tempo todo. De hora em hora, de minuto em minuto. Principalmente nesse momento. Daí é hora de sonhar e acertar as contas com as coisas boas e puras. Posso estar meio loco pensando assim ou talvez arrumando uma desculpa qualquer pra almejar as coisas, mas simples. Entendo que pode ser isso, mas continuo genuíno no meu ponto de vista. Embromar o subconsciente com sobremesas subversivamente puras e inocentes pode ser um bom caminho pra desativar a pena da solidão. Mas não se trata de melancolia. Talvez apenas um ponto negro que se transforma numa sala escura e que pode surpreender a abertura de uma porta ou janela que vai lhe permitir a entrada ou um pulo a um mundo quadrinístico ou quem sabe fonográfico. Talvez uma estória em quadrinhos recheada por tons verde abacate, vermelho kitsch, cinza e amarelo claro. Quem sabe uma pequena tela em preto branco em movimento também apareça do nada pra refrescar o teor do sonho. Simples e engraçados curtas de cinco minutos e caoticamente mudos. Sem legendas ou mais informações. Daí eu posso me abstrair no segundo minuto e transformar os fatos previsíveis em viagens mais curtas e divertidas. Meu coração dói um pouco agora. São coisas que a vida me proporciona por que eu me jogo nela pra ver o que acontece. A sessão do amor em intermináveis dias e com direito a um retorno confuso e imprevisível... preciso ir agora. Apareça sempre.

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